me cansa tanto
3 litros de um líquido tão precioso
fora
meu arcano, meu amor de poetisa e de prosa
meu lirismo meu
vinho tinto
quero que o senhor leve de volta
pra lavar
sua palavra suja
seca, presa na garganta
seu galanteio mais que barato
um gemido obediente sem recheio!
e tão de tudo em torno e tão fácil quanto o dia, que nasce para todos
mas ao se pôr não pisca pra ninguém:
és vósmicê uma pausa do discurso,
barato como capim!
não diz nada seu abraço, seu agrado,
não tem nada pra dizer!
seu 'sim' quieu tanto trabalhei pra ouvir
é acontecido no vácuo e ninguém nunca soube mesmo se tinha sido isso
ou se tinha sido o contrário
o que você disse pra mim
a conveniência cartilha pra chegar perto de você me fere os passos
(e o espaço)
me racha
minha euforia infantil
se propondo à triste marcha
de comprar doces fiados na padaria
querendo convencer o padeiro pela doçura
e não pelos atributos disponibilidade e pela persistência
não queria a guerra dos sexos, queria o sexo em franca festa
queria eu, criança, queria eu, a raça de fêmea
atrair pelo cheiro e não pelo jogo
a sorte que suo e que sei do destino
do tempo e dos ciclos
é que vira a noite, e o inverno - a estação das flores vem
e eu vou me arvorar onde o lugar ao Sol
seja mais conforto, e menos custoso
que a clareira estreita que você abriu pra eu crescer