Se a mulher fatal é letal para ela mesma
- Aquela que faz e acontece, plena dos poderes do mundo -
Se esconde ela, da sua vulnerabilidade
Que também é sua potência original de ser humana
A mulher que, de outro modo,
se oculta na própria docilidade, constante e inalterável,
servindo ao outro
Se enfraquece e se anula
Deixa de se conhecer tal como é:
força incandescente que queima os vestígios
do que é infértil e sem viço
Mulher: a vida pulsa multiforme em seu psiquismo
Reduzir-se é extinguir o fogo criativo perene e inapreensível
que Deus acendeu no seu peito
- Que não é só seio e não é só colo para o mundo que o procura -
no seu peito
onde arde a chama do Eterno
a consumar-se
nas suas realizações mais profundas e íntimas
às quais só tu e o Divino plenamente testemunham
(Escrito sob a influência de uma novena à discípula Maria Madalena, canonizada em 22 de julho de 2016)