...No princípio era o Verbo...

domingo, 3 de janeiro de 2010

Biocentrismo

O nascimento e a morte, a ascendência e a decadência, não são símbolos da finitude e do perecimento, são ao contrário, a expressão mais pura de como se mantém a eternidade.
Quando pensamos eternidade pensamos algo perene e constante, inabalável, imóvel, algo que sempre permanece. no entanto, muito nos confunde pensar que o fato de ser perene se sustenta através da eterna renovação.
Concebemos a morte como fim, pois temos como único ponto de vista o fim da vida de um indivíduo, não exnergamo-lo dentro do contexto ao qual serve (e do qual é servido); custamos a perceber que a morte de um ser, serve à vida de um organismo maior, só percebemos os ciclos da terra e da carne sem temor, quando estendemos nosso olhar aos demais seres deste planeta. Somente entendemos a Eternidade quando vemos os frutos das árvores caírem no solo, "mortos" (perfeitos para a nossa alimentação e desenvolvimento e a de muitos outros), e com a sua morte o solo ser fertilizado, e mais uma vez coroado com sementes e novas possibilidades de vida. Vem um inseto e poleniza uma flor, que fará nascerem outras flores; vem um pássaro, come a fruta da mesma árvores e deixa cair as sementes ao longo do seu caminho; esse pássaro morre na mandíbula de um lobo, e esse lobo terá dentro de si o que precisa para viver - assim são todos os animais, sabem o que precisam, sabem se render quando vêem que isso é necessário, e jamais vacilam em sua profunda conexão com a Terra.

A Eternidade só é compreensível sob um ponto de vista cosmológico, nunca sob um olhar individualista, ou especista.

Quem sou eu