...No princípio era o Verbo...

sábado, 11 de junho de 2011

imunohiperatividade

sabendo que essa vontade que arde aqui no peito agora, que ninguem pode dar jeito nela, aplicar-lhe uma sentença, nem melhora-la..., ela que não pertence a ninguém mesmo.. não posso apagá-la, nem pagar pela sua sobrevivência, não posso mostrar pra alguém, como se tira algo do bolso e se revela a outro, OH! é um relógio!?!?! (isso é só um exemplo)
não posso aceitar essa febre de todo, ela não me permite decidir, nem pensar. há algo sobre ela que não me permite puxar o ar, não me permite projetar sobre o mundo, é muito grande. é maior que o que vejo como sendo esse tal de mundo. é maior que o que posso pensar. é maior que o maior buraco no Universo onde ela poderia caber. maior que Tudo o que a raça humana ignora sobre seus céus. não cabe nem no vácuo, nem no infinito, nem em lugar nenhum. quase na imaginação ela não cabe. e se for nas palavras, só se forem muitas!

descobri que essa solidão ninguém pode acompanhar. e só consigo pensar:
e agora, então...? e agora?

esse fogo que quer acordar os pais, as folhas de caderno antiiigas escritas e animar o sono das formigas (afogadas no pires dágua onde descansa o mel)! e mais todos os corpos defuntos que estão desacordados na fila do banco, este fogo que quer convencer da beleza, que quer comover o sorriso da burocrata! quer perceber que faz-se percebido. e não aceita menos vida que isso.
a felicidade de mostrar um ticket prum amigo, de ver os olhos do amigo crescerem e a excitação compartilhada de terem ganhado um ticket que vale pra coleção também compartilhada; presentear e de súbito o presente piscar a quem faz aniversário um de seus olhos.

essa ardência é tudo isso. e por favor, não me venha com um copo d'água. quero aprender a amar isso que pede atenção incondicional. estou disposta a check back my agenda. quero olhar pro seu rosto e decifrar o seu coração com o meu coração de agora, de adulto. quero de repente até lhe pagar um curso de redação pra que aprenda por si só a amar-se também, e a expressar o que tem dentro de si. que arde. eu sei que arde. e entendo o que ninguém entende, e sabendo que alguém pode ao menos olhar para ele, este menino de chinelo arrebentado, olha pra cima, desconfiado. e então sorri, os olhos baixados. e eu sei nesse momento que temos o mesmo fogo queimando os botões da camisa pelo lado de dentro.
e eu amo o que compartilhamos em silêncio.

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