...No princípio era o Verbo...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

desperdicite


me cansa tanto

3 litros de um líquido tão precioso

fora

meu arcano, meu amor de poetisa e de prosa

meu lirismo meu

vinho tinto

quero que o senhor leve de volta

pra lavar

sua palavra suja

seca, presa na garganta

seu galanteio mais que barato

um gemido obediente sem recheio!

e tão de tudo em torno e tão fácil quanto o dia, que nasce para todos

mas ao se pôr não pisca pra ninguém:

és vósmicê uma pausa do discurso,

barato como capim!

não diz nada seu abraço, seu agrado,

não tem nada pra dizer!

seu 'sim' quieu tanto trabalhei pra ouvir

é acontecido no vácuo e ninguém nunca soube mesmo se tinha sido isso

ou se tinha sido o contrário

o que você disse pra mim


a conveniência cartilha pra chegar perto de você me fere os passos

(e o espaço)

me racha

minha euforia infantil

se propondo à triste marcha

de comprar doces fiados na padaria

querendo convencer o padeiro pela doçura

e não pelos atributos disponibilidade e pela persistência

não queria a guerra dos sexos, queria o sexo em franca festa

queria eu, criança, queria eu, a raça de fêmea

atrair pelo cheiro e não pelo jogo


a sorte que suo e que sei do destino

do tempo e dos ciclos

é que vira a noite, e o inverno - a estação das flores vem

e eu vou me arvorar onde o lugar ao Sol

seja mais conforto, e menos custoso

que a clareira estreita que você abriu pra eu crescer


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