...No princípio era o Verbo...

terça-feira, 23 de maio de 2017

humanidade em gotas

Vida, humanidade e arte. 
Como é natural para o ser simbólico se lambuzar com as tintas das formas e querer se ver ali, ver um fragmento, um fotograma da sua identidade caleidoscópica, mutante, e insondável. É quase um entretenimento do espírito. Ver-se no que produz, ver o que oculta, conhecer-se no que mostra, conhecer-se ainda mais naquilo que não expressa. Está no homem uma gota do Grande Mistério.

Botando a bola no quadrado.
... O quanto quis botar minha humanidade em uma taça de cristal para brindar com pessoas desimportantes. O quanto escorri o meu valor por pessoas que não valiam a pena, decisões frágeis, relacionamentos sem futuro. O quanto ser comportada é um perigo para a alma. Ser ideal. Ser uma projeção da imaginação de mentes que não são a minha me fazia uma lembrança tênue da minha carne. Da minha verdade, do que há de Alma no animal em mim. A briga não deve nunca ser com os instintos. Os instintos devem ser amados como parte saudável do todo que eu sou.
O olhar de desconfiança deve ser dirigido ao que bloqueia, ao que cerceia, quer maquiar. As coisas não belas que estão no espírito são portas, são fontes de aprendizado. São rotas que ainda não foram tomadas. O começo de uma lapidação. Não há nada de errado nunca com o que se é. Apenas com o que fazemos conosco quando tentamos ser. E quando queremos que o outro seja. Ponto.

Super Ar.
Curar um padrão não é um processo de martelar, de auto-flagelação. Ela vem pela luz incandescente da verdade, da clareza, do entendimento real. Não é uma luz vaga, de brilho indefinido, em meio a penumbra. Quando você vê, você sabe que viu. E não restam dúvidas. E você muda como consequência natural de ter visto.

Quem sou eu