...No princípio era o Verbo...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Imperatriz

eu vou escolher separar desmedir, vou destrinchar
esmiuçar
vou desdobrar o Amor que não quero, digo que não me dedique,
pode ficar!
eu fico com meu querer,
meu copo vazio,
meus tiques
meu templo minhas portas sempre abertas
eu prefiro
meu corpo frio, inflamado
minha mente fria, de espírito
meus punhos abertos ou fechados, são punhos de aço
e o Amor que peço é o Amor que não faço
é o Amor que já foi feito
pelas mãos Daquele que é Maior que o Maior
e mais extenso e mais complexo
e mais que humano amor
ou que idéia de amor divino
é Maior que o estrondo das tempestades,
é maior que meus cataclismas pessoais

Paira voa e colhe de cima o Santíssimo, se me acolhe ele
tudo que é de baixo permanece embaixo,
permito a Morte, e Selo a entrada no Paraíso da Sorte,
esgotada, intensa
sem nada nos pés
sem nada muito menos nas mãos!
as flores que colhi no caminho compõem meu rosto, meu corpo
meu fruto maduro é duro,
é duro!
minha solidez não é fácil,
ou macio
minha avidez é meu sopro - é meu oco,
é meu ócio criativo que invoco!
e o meu Amor, que disse, eu desemboco
em alguma paixão de última hora,
ou me desfaço
e jogo tudo pra fora
deixo que tudo se exploda!
em cores, em tinta, em todas
as manifestações que me permite
a varinha mágica da consciência

se me retiro é porque me encontro no meu espaço e me desembaraço
me espreguiço me estiro e descompasso
fico em casa sozinha fora da linha, fora da área ou desligado

quero a Mim,
e à Presença Divina Eu Sou, e suas doces e firmes palavras de Luz e de Som e de Cheiro
e de EuiEu,
é cheiro de terra prometida, consagração das metas ambicionadas,
conseqüência métrica das trilhas desmilingüidas que eu vim fazendo trilhando essa estrada

se me retiro, quero que saiba que é porque Fico.
e se também finco o pé no chão e falo que tudo bem, que é pra vazar!
quero que saiba que esse é o meu jeito
de deixar passar.

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