me ama, rei
e quando me ama
me desamarra dos seus pés, de junto à cama
e me derrama
sobre os lençóis que eu mesma lavei
até que me ames de volta
até que eu te tomes, em troca,
o teu título descabido de rei
e o substitua por nomes outros de maior importância.
quando me ama rei,
não me reclama
e venha juntar seu império
à minha vizinhança,
ao meu povo escuro e plebeu
que não te assuste a minha expressão tacanha
de quem não conhece nome de prato
nem decorou como é a palavra "cardápio"
em dicionário europeu
o menu aqui é todo ao modo sertanejo
"a la modê", como dizem os seus,
esse é o alimento quase certo na casa:
arroz, feijão, um bucado de farinha, e óleo de dendê
me ama rei
na minha inconsertável falta de elegantês
ordena sim,
a tua vontade alinhar com a minha,
sou sua, é verdade,
mas casar, só se for de mentirinha.
* título adaptado de um livro da Hilda.
...No princípio era o Verbo...
domingo, 22 de novembro de 2009
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