...No princípio era o Verbo...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

estatutos

declaro
a poesia um modo de vida
concreto.

a viabilidade de uma frase:
em ficção ou
em verdade

declaro justo
e legítimo
o direito de nos amplificármos
e o direito de amar quem somos.

declaro válida
uma vida não analisada,
declaro também linda
uma vida que seja tímida!
de quem pede licença
pra existir.

esclareço que também é permitida
uma vida vendida
a fiado,
não tem problema,
não tem nada de errado,
declaro o direito inclusive
de não nos sentirmos inteiros
volta e meio
ou de não acordármos cedo
de tanto em tanto.

declaro plausível
a proferição de mentiras coloridas,
de amigos itinerantes
e de caminhar sozinho.

é liberada a existência
de pessoas estranhas
e de conversas imorais.

é permitido também
amanhecer na lapa
em plena quarta-feira
e ir demanhãzinha pro trabalho .

fica decretado
o direito inalienável
vitalício
de sermos quem quisermos ser
andando,
ou até mesmo parado.



emenda: todos têm o direito intransferível
de reinventar o seu próprio cenário.

Um comentário:

  1. cara, estava pensando sobre isso, sobre o princípio do prazer, e declaro, contigo, que o princípio do prazer é o que há de mais válido e é por ele que suportamos a merda do princípio de realidade, para que, no final, um domingão, lindo, de sol, em aiuru, pra nós, possa surgir...
    mas quem dera se pudéssemos, como você disse, amanhecer quarta feira na lapa, mas não precisássemos trabalhar. a poesia, lhee, é mesmo a única coisa que sobre pra quem, na vida, numa cultura, precisa viver além do que se quer fazer... é uma guerra!

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