...No princípio era o Verbo...

domingo, 20 de março de 2011

A Grande Sacerdotisa

um vestido branco transparente
dentro uma mulher que dança
dentro de seu próprio largo evasivo aberto delírio
um vestido
explosivo ébrio de giro farto cego
desmedido Ato imanifesto não-regido
autônomo incerto vesgo não-objetivo vivo
giro desvio
sinto suor na testa no umbigo e frio
rodopio rio caio rolo desviro e não acordo nunca







(certo como as coisas que não podem ser ditas, vivo como uma coisa há muito tempo esquecida, objetivo como o mundo em seu umbigo, vadio como arquivo de professor e pasta de empresário curtido, esquivo e covarde como um cavaleiro que abre mão da armadura descobrindo e desarmando o peito que arde, irado como a fúria do vento no rosto dos namorados, terno como um terno Armani sendo passado... com cuidado, previsível como o fato de nada poder ser previsto, transparente como a palma da mão sente o corte lavando na água corrente o chicote, autônomo como um parceiro co-dependente num dia de crise, tudo é tão claro e tão frio que queima e cega, e faz a gente voltar os olhos pro outro lado...)


20/03/2011




3 comentários:

  1. nunca vi alguém descrever o paradoxo tão bem, lhee, MUITO foda (e li uns textos abaixo tb q nao tinha lido, mt irados tds (we are doing it right)

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  2. "certo como as coisas que não podem ser ditas"

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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