...No princípio era o Verbo...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

a vontade de potência¹ e a realização²

pincelando de leve a lei do eterno retorno.

¹ isso não é uma reflexão sobre a "vontade de potência" descrita por nietzsche.
² título de redação do ensino médio. eu sei que sou ruim nisso. meu professor de redação já dizia...


as pessoas, apesar de se contradizerem o tempo todo, geralmente costumam concordar quando alguém afirma que, sem dúvidas, o poder é o que todos buscam na vida, sendo portanto, o encontro das águas entre os racionalistas e os religiosos, os políticos e os cidadãos comuns, os monges e os matemáticos e mesmo entre os povos que não são "antitéticos"; concordam que é a vontade de poder que, semanticamente, une essa gente tão diversa sob seu governo.
alguns, mais estratégicos que outros, chegam a apontar o caminho pra essa busca. estão nessa categoria os grandes "empreendedores" desse mundinho, que vendem de seu próprio repertório as grandes tiradas para você, pobre ser humano frustrado que ainda não se amplificou. são esses os grandes Profetas, os roteiristas de novela, escritores de auto-ajuda, diretores de arte, os bons e informais comerciantes de Alcântara, entre outros...
é engraçado porque mais uma vez me levanto pra dizer que foi mal, mas eu discordo dessa afirmação, quando eu vejo na minha vida uma busca mais específica que a busca pelo poder.
pra mim funciona assim... a potência costuma deixar as coisas inertes ao invés de movimentá-las. e quando é múltipla, confunde o espírito - que deseja algo, mas que não sabe por onde ir. a busca por poder depende dos caminhos, se assenta sobre os meios disponíveis pra obtê-lo; enquanto pra mim, a busca visceral existe em função da realização. um sentimento trôpego que experimenta vários caminhos, emergindo a cada um deles.
a realização são as mãos do poder. é a possibilidade consumada, alcançada, já saída de seu estado inerte; semente florescida. a realização é a possibilidade contente, é a certeza da colheita.
enquanto o poder é o mestre oculto das expectativas, o articulador ardiloso que deseja desesperadamente um grande plano!

o poder me cansa. o poder, as possibilidades, destacam ainda mais a diversidade exótica nos direcionamentos que tomam as paixões que me acometem, e que acometem toda alma que é viva, livre. para a alma que enxerga a verdade e o apêlo de tudo, de todos os caminhos, de todas as pessoas, de todas as plantas...!, o poder é a febre do mundo.
- arde nas mãos de quem o têm! ele arde de responsabilidade e sonho e se amplifica tanto, às vezes, que nos perdemos na imensidão de seu tamanho. como me mexer sabendo de todo o peso que me mexer tem? como fazer um gesto sabendo que tantos outros seriam possíveis, e seriam lindos se existissem, além?
a verdade é que me sinto pequena perto do tanto que posso. a minha alma vai inflar de potência, e se contorcer devagarinho devagarinho, até o final da prosa (ou da vida) por não saber em qual desses montes mora a complitude prometida.

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