...No princípio era o Verbo...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

curricullum vitae

versada em reclamações de teor sádico, ballet clássico, textos profundos sobre nada, pHD em jornalismo de notícias inventadas, eterna na arte de encher lingüiça - como todo bom artista -, competente em áreas específicas da vida: beber cerveja, ouvir música, e bater perna na lapa. um pouco chapada de pró-seco faz um ótimo clown. interada de fofocas inúteis e novidades desimportantes da internet (e da política), repórter de Tudo o Que você Queria Saber Sobre o Mundo (mas não fazia a mais vaga idéia disso), passa seu tempo fazendo o melhor que pode de saia justa e salto-alto: atrasando, catando cavaco na rua, e eventualmente deixando os amigos com vergonha alheia.

Um comentário:

  1. Cara, acho que entendi o problema (ainda daquela discução anterior, de muito tempo atrás).

    Na época em que usei a citação não sabia sequer que era de Socrates. Só me lembrava de ter ficado muito impressionado com isso: Uma vida que não é analizada não vale a pena ser vivida.

    Aí, segundo o que você entendeu da minha interpretação, eu estava condenando as massas, por eles não pensarem: "em um absurdo reacionário, era quase defender a condenação da massa (que de acordo com você não avalia suas vidas - curioso: tendo como base a comparação com a hierarquização de valores impressos sobre as leituras que temos, o que é um processo ALTAMENTE subjetivo)."

    O que eu acho que você não entendeu é que eu não estava condenando nenhuma classe. Na verdade eu tinha em mente com muito mais nitidez a figura de um estudante de algum desses cursos genéricos, Adm, Economia, Gêstão, Marketing, que têm como grande objetivo na vida fazer dinheiro, para depois não precisar mais trabalhar (aliás, cá entre nós, consegue imaginar uma vida mais idiota: trabalhar que nem um cão por metade da vida para não precisar mais fazer nada no final dela? Não é muito melhor fazer alguma coisa de que se gosta a vida inteira?).

    É dificil lembrar dos fatos exatamente como aconteceram, então vou usar uma citação do meu próprio texto, que escrevi quando tinha a cabeça ainda quente de toda a discução: "Eu acho que precisamente o que faz dele um livrinho de ficção, e não uma grande obra de literatura é o fato de alguém o estar avaliando."

    O que eu quis dizer com isso, e foi o que, depois, me levou a falar da necessidade de avaliação para a vida do homem, foi o fato de alguém sustentar que não é possível fazer uma avaliação de um livro. Que cada avaliação estará certa até alguma medida, e que não cabe a nós dizer se ele é bom ou não, desde que agrade a quem o lê. Alguma coisa assim... corrija-me se estiver errado, mas é ou não é isso que você quer dizer quando sustenta que é uma avaliação subjetiva a de um livro?

    Pois então: eu sustento que um livro só é bom ou ruim depois de ser avaliado. Antes disso, ele não é nada. A minha revolta é com o fato de algumas pessoas lerem os livros sem os analizar. Com o fato de algumas pessoas verem novelas sem as analizar. É uma postura que engloba todas as facetas do quotidiano, e se revela na incrivel passividade com que as pessoas se deixam levar pelos acontecimentos da vida, sem nunca saber se estão tendo uma boa vida ou não. Sacou? É a ataraxia que me deixa irritado.

    Por fim, tem aquela coisa toda do homem ser ou não ser um animal. De eu estar dizendo que o homem é tão diferente de um animal como um ser vivo é diferente de uma planta, e você me responder com uma afirmação irônica, algo como 'o homem é melhor por que consegue queimar as florestas todas e empestar a atmosfera?'

    Poxa... parece que voce não tava entendendo NADA do que eu dizia: de fato, o animal não é capaz de viver em desacordo com a natureza, mas isso não é uma escolha, e é a escolha a GRANDE DIFERENÇA DO HOMEM. Tudo o resto, a arte e a destruição, o amor e a guerra, a religião, a politica, e a filosofia: tudo isso é fruto desta grande diferença, para bem ou para mal. E não me venha dizer que nós somos animais.

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