...No princípio era o Verbo...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

fine balance between peace and war




Fiel, calibrado pelas mãos firmes da Perfeição, faz pender os pratos, ambos os lados, assimétricos, e contrabalanceados. Não há contradição.
Sabe medir os excessos e a dilatação dos buracos deixados, também os tamanhos, também os espaços.
Sabe definir distâncias e mergulhar fundo no vácuo.

A agulha da vitrola que toca o disco no milímetro, no perímetro exato que o faz emitir som.

Sou obcecada pela mecânica incompreensível da vida, pelo equilíbrio-dinâmico do impossível. Pela física de difícil acesso, que aos humanos não é permitido saber como ter qualquer resultado factível.

A conta mais redonda e ridícula está sempre sobrando 1. Ou faltando 1, e uns quebrados. Nunca fecha. E a razão me faz dar voltas e voltas em torno dos mesmos cálculos, contas, tabuadas, das primeiras lições que eu achava que já era pra ter esquecido. Aponta-me a vida que não esqueci. Que sigo não tendo esquecido. Não avanço ali.

Lembro, no entanto, de ter escrito uma vez. Que escrever era apagar um cigarro no peito.

Não me arrependo. Da dor. Do que queima. Do que foi dito. Do que não pôde ser. Do que não se conclui jamais. E do que parte antes do tempo. Mas aceitar também não põem as coisas de volta nos seus lugares. Minha mente vive me dizendo que se eu acertar o resultado, todas as coisas voltam, instantaneamente para o lugar. E contra o que ela me diz, coisas fodem a mecânica natural de outras coisas que ocupam a esquina do meu mundo com o de vocês. Procuro manter as coisas que são minhas afastadas das coisas que não são, milhas. São aparentemente incompatíveis, não partilham a mesma lógica. Não é possível entender-lhes quando estão juntas, não falam o mesmo dialeto, tribos e ritos e mundinhos as separam. Dentro e fora. Não é possível.

Minhas contas internas são finitas. São exatas.
As contas do destino são contas de artesanato, medicina. Imprecisas.
Não dá pra equacionar.

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