...No princípio era o Verbo...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Ãnsiedade


A ansiedade invade as linhas que ainda não foram escritas, e que por causa dela, é possível que nunca sejam lidas também. Mais possível ainda sair a autora correndo varrida da vida de todos que um dia amou. Desastres (sempre) cobertos pelo laudo diagnóstico psiquiátrico. Corria. Pela descoberta simples de não saber como amar as outras pessoas como as outras pessoas costumam fazer – umas com as outras. Ou umas sobre as outras. Estou sempre pra fora da roda sincera da reciprocidade, do mútuo, do abração coletivo. A permanência me apavora não sei porque. Sou escrava inconteste da minha inquietude de alma. Não sossego, não passo tempo, desaprendo. Estar viva pra mim é um mistério. Minha consciência e meu sexo são desertos. Tudo que ali jazia hoje jaz em movimento incessante e perpétuo. Minhas ações são espasmos agendados, uma medicação controlada pro mal de estar no escuro, e que é nunca saber o suficiente, e nunca aceitar de todo o que se tem. É um mal, de certo, e é minha única posse na vida. De que dou e presto contas. Se eu pudesse dar sentido a essa ansiedade acho que morria eu antes do findar da frase.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem sou eu