A ansiedade invade as linhas que ainda não foram escritas, e
que por causa dela, é possível que nunca sejam lidas também. Mais possível
ainda sair a autora correndo varrida da vida de todos que um dia amou. Desastres
(sempre) cobertos pelo laudo diagnóstico psiquiátrico. Corria. Pela descoberta
simples de não saber como amar as outras pessoas como as outras pessoas
costumam fazer – umas com as outras. Ou umas sobre as outras. Estou sempre pra fora
da roda sincera da reciprocidade, do mútuo, do abração coletivo. A permanência
me apavora não sei porque. Sou escrava inconteste da minha inquietude de alma.
Não sossego, não passo tempo, desaprendo. Estar viva pra mim é um mistério.
Minha consciência e meu sexo são desertos. Tudo que ali jazia hoje jaz em
movimento incessante e perpétuo. Minhas ações são espasmos agendados, uma
medicação controlada pro mal de estar no escuro, e que é nunca saber o
suficiente, e nunca aceitar de todo o que se tem. É um mal, de certo, e é minha
única posse na vida. De que dou e presto contas. Se eu pudesse dar sentido a
essa ansiedade acho que morria eu antes do findar da frase.
...No princípio era o Verbo...
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
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