...No princípio era o Verbo...

sábado, 22 de outubro de 2011

Textos sem nome do dia 4 de Março de 2011

o Vento abre a porta. devagar em um primeiro momento, como quem pede licença mas já abrindo espaço-tempo pra sua presença chegar, sua chegança revela a luz do banheiro acesa, e ele entra então,
um segundo momento - um impulso.
permanece durante 5 segundos - o tempo que acha que merece - como que pra vigiar suas atividades, verificar se você realmente está estudando como deveria ou como achava que deveria estar, e bate a porta atrás de si fazendo um estrondo que te OBRIGA, num meio meio sem modos, a se perguntar se você está realmente fazendo o que devia fazer, ou que você pelo menos achava que devia estar fazendo. realmente.


*


para quem fica, a vida discorre desperdiça, seu discurso vence o fluxo, com eloquência torna vivas palavras caídas em desuso. o fluxo vencido pela impossibilidade de parar, o rio segue por si próprio como a torneira aberta em frente aos olhos, e o tédio escancarado em contemplá-la aberta, desejando sê-la, a água, assim tão natural essa água corrida, tão ida, tão pressa... seu presente criando novos passados a todo instante! frenético! a vida do que passa arrepia e causa inveja ao próprio tempo!

desipnotiza o olhar, quem fica, e agora encara os próprios pés pousados descansando sobre os ladrilhos do banheiro, emoldurando a latrina no domingo, às 6 e meia na tarde. no seu lado uma pilha de jornais-de-segunda desatualizados dizendo que o tempo de fato não faz ponto aqui, onde a vida acontece desapercebida, desacordada e desasistida.

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